sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dormência

Dormente à dor.


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
... metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. (Metade - Oswaldo Montenegro)

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